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Dia Nacional do Surdo, um alerta: o uso excessivo de fones de ouvido pode acelerar a surdez

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Fixada em 26 de setembro, a data é uma boa oportunidade para refletir sobre perdas auditivas e por que morar em grandes metrópoles agrava esse processo

Este é um cenário cada vez mais comum: você está andando e passa por outra pessoa, ouvindo música com fones de ouvido em um volume tão alto que você consegue acompanhar a letra e o ritmo. É o momento em que geralmente paramos e pensamos: “mas esse sujeito vai acabar ficando surdo!”. E, infelizmente, estamos certos.

A perda auditiva, assim como ocorre com a visão, é uma degeneração comum ao corpo humano e acontece gradualmente durante o envelhecimento. Entretanto, o modo como vivemos atualmente pode acelerar drasticamente este processo.  Segundo o Dr. Cícero Matsuyama, otorrinolaringologista do Hospital CEMA, “o barulho intenso do tráfego de veículos, a utilização de fones de ouvido e a não utilização de protetores auriculares para contenção de fontes sonoras são as causas mais frequentes de perda auditiva no estilo de vida atual”.

De acordo com o médico, surdez pode ser definida como “a perda da audição a ponto de gerar uma dificuldade para a comunicação e o relacionamento entre as pessoas, além de comprometer a interação do paciente com o meio ambiente”. Nos idosos, a perda auditiva está associada à degeneração do aparelho auditivo e será maior ou menor de acordo com a exposição às fontes sonoras durante a vida. Quanto maior for essa exposição, maior será a perda – e é por isso que muitos músicos tendem a ficar com a audição comprometida na velhice.

Entretanto, nada impede que pessoas mais jovens apresentem sinais de surdez, sobretudo nas grandes cidades, onde os índices de poluição sonora são mais elevados. “Quando em exposição contínua a ambientes ruidosos, o ser humano fica sujeito a lesões irreversíveis nos órgãos internos. Dessa forma, grandes metrópoles podem ser um fator importante para a piora auditiva das pessoas”, afirma o Dr. Cícero.

As doenças são outra causa importante para o desenvolvimento da surdez. Um exemplo são os bebês que nascem surdos em decorrência de doenças infecciosas que a mãe adquiriu durante a gravidez. É claro que, na hora da formação do feto, muita coisa pode sair do curso natural, mesmo sem o auxílio de causas externas, e é por isso que o Dr. Cícero reforça a necessidade de “um rigoroso acompanhamento gestacional, para minimizarmos os efeitos de uma surdez desde o nascimento”.

A boa notícia é que grande parte dos quadros de surdez podem ser amenizados ou controlados, evitando maiores danos à audição dos pacientes. O segredo está em consultar o otorrinolaringologista o mais rápido possível após a aparição dos primeiros sintomas, para que o especialista possa fazer uma avaliação completa do quadro e encomendar os exames necessários. Confirmada a surdez e seu grau, o tratamento pode requerer desde a utilização de medicações até próteses auditivas. “As próteses evoluíram muito, tanto em funcionalidade quanto em estética. Hoje, elas podem ser usadas na parte externa da orelha ou serem implantadas internamente, ficando imperceptíveis”, comenta o médico.

De acordo com o especialista do CEMA, o principal tratamento contra a surdez é a prevenção. Por isso mesmo é que o Dr. Cícero acha tão importante a existência do Dia do Surdo: a conscientização leva à prevenção. “A surdez ocorre em todas as faixas de idade e afeta diretamente a comunicação, socialização e desenvolvimento das pessoas. Mas, se tomarmos cuidado com o volume da música ou da TV e adotarmos medidas para ficarmos um pouco mais protegidos da inevitável poluição sonora das cidades, vamos ouvir melhor por mais tempo”, enfatiza.

 

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