Comunidade

Morre um ciclista por semana em acidente de trânsito em São Paulo

ZONA LESTE CONCENTRA UM TERÇO DOS ACIDENTES FATAIS COM CICLISTAS EM SP EM 3 ANOS

 

Um ciclista morre por semana no trânsito de São Paulo. Em 2012, foram 52 óbitos, 6,1% a mais do que o número registrado no ano anterior.

Dos 150 acidentes fatais com ciclistas no trânsito de São Paulo ocorridos entre 2010 e 2012, quase um terço foi nas ruas da zona leste. Essa é uma das conclusões dos dados obtidos pela Lei de Acesso à Informação junto à CET (Companhia de Engenharia e Tráfego) de São Paulo, com a localização de todos os acidentes fatais envolvendo ciclistas registrados nos últimos três anos. Foram 49 em 2010, 49 em 2011 e 52 registrados em 2012.

As zonas norte e leste foram as duas únicas regiões da cidade com queda no número de acidentes no período, após um ano violento em 2011. A zona leste teve a queda mais expressiva, com dez acidentes a menos do que em 2012.

Mesmo com a queda, a região mais populosa da cidade concentra o maior número de acidentes fatais em números absolutos, com 55 mortes no período – quase um terço do total -, sendo 13 em 2010, 14 em 2011 e 24 em 2012, mas na proporção do número de acidentes por cada 100 mil habitantes, a zona norte tem o índice mais elevado, com 2,61 para o triênio.

A região central somou dez acidentes no período, sendo dois em 2010, três em 2011 e cinco em 2012.

Os carros e os ônibus são os principais vilões dos ciclistas. Mais de 20% (11) dos casos de mortes em 2012 ocorreram após colisões com carros e 19% (10) com ônibus.

Os percentuais sofreram uma redução significativa em comparação a 2010 e 2011. Em contrapartida, o número de ciclistas que morreram depois de colisão com caminhões dobrou. Em 2011, foram três mortes. No ano passado, a quantidade passou para sete, representando 13,4% dos óbitos de ciclistas.

Guerra civil no trânsito

“Estamos vivendo uma guerra civil no trânsito”, declara Alexandre Delijaicov, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (Universidade de São Paulo).

O especialista acredita que o aumento do número de mortes de ciclistas pode ser explicado pela maior quantidade de pessoas pedalando na cidade, devido a programas de incentivo ao uso da bicicleta como meio de locomoção. Outro fator é, segundo ele, o próprio design da capital.

“A cidade é desenhada para o automóvel; o urbanismo é rodoviarista. É preciso priorizar as pessoas, os passeios públicos [calçadas], os veículos urbanos não motorizados, que é o caso da bicicleta, e o transporte público coletivo”, sugere Delijaicov, que usa bicicleta há 16 anos para ir da sua casa até a universidade, percorrendo 17 quilômetros por dia.

Delijaicov cita também a impunidade. Ele sugere penas mais severas para motoristas como o condutor de ônibus Márcio José de Oliveira, acusado de atropelar e matar a ciclista Márcia Prado em 14 de janeiro de 2009 na avenida Paulista, área central da capital paulista.

Em julho deste ano, o motorista foi condenado na Justiça a três anos, seis meses e 20 dias de prisão. A pena foi substituída por prestação de serviços à comunidade. Ele também teve a habilitação suspensa durante esse período.

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