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Governo de SP lança pacote de obras que vai tratar o esgoto de 2,2 milhões de pessoas

Gilberto Marques/A2img

Investimentos fazem parte do Projeto Tietê e vão gerar 2.580 empregos na capital e na Grande São Paulo

O governador Geraldo Alckmin autorizou, nesta quinta-feira, uma série de obras que vão ampliar o tratamento de esgoto na capital e na Grande São Paulo. Os investimentos da Sabesp somam R$ 624 milhões, fazem parte do Projeto Tietê e vão gerar 2.580 empregos diretos e indiretos.

O pacote de ações inclui a instalação de grandes tubulações e de estações de bombeamento que vão beneficiar o centro e as zonas leste, norte e oeste da capital, além das cidades de Barueri, Cotia, Itaquaquecetuba, Osasco e Suzano. Com essas obras, o esgoto gerado por 2,2 milhões de pessoas será enviado para estações de tratamento, contribuindo para a revitalização do rio Tietê e de seus afluentes, entre eles rios importantes como o Tamanduateí e o Cabuçu de Baixo.

A construção de tubulações subterrâneas e estações de bombeamento é parte fundamental do processo de tratamento do esgoto na Grande São Paulo. É para esses tubos (chamados de interceptores e coletores-tronco) e bombas que o efluente coletado de casas, prédios, comércios e indústrias segue até as estações de tratamento.

Obra do interceptor embaixo da marginal Tietê, por onde passará o esgoto de bairros do centro e da zona oeste da capital em direção ao tratamento. Foto: Gilberto Marques/A2img

Os investimentos em saneamento estão entre as atividades que mais geram empregos no país e salário para as famílias. Um estudo do Instituto Trata Brasil mostra que a renda média de quem mora em área servida por água tratada e coleta de esgoto é 7,5% maior. O levantamento aponta também que os investimentos em saneamento feitos na Grande São Paulo, como os realizados pela Sabesp, geraram 25.200 empregos em obras entre os anos de 2004 e 2014, além de outras 11 mil vagas para a operação dos sistemas de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto.

A infraestrutura de saneamento também evita despesas com saúde e reduz o índice de faltas no trabalho por causa de doenças. E valoriza em 26,5% os imóveis servidos pelas tubulações, ainda de acordo com o Trata Brasil.

Nesta quinta, o governador vistoriou uma das obras mais importantes do Projeto Tietê em curso. É a construção de um interceptor de esgotos chamado ITi-7, que terá 7,5 km de extensão, embaixo da marginal Tietê, no trecho da avenida do Estado até a ponte do Piqueri, além de coletores-tronco ao longo desse caminho. Já em obras, esse interceptor será um túnel com 3,4 metros de largura e 2,65 metros de altura, construído a até 18 metros de profundidade, que transportará o esgoto de 740 mil pessoas para a estação de tratamento (ETE) em Barueri.

Serão beneficiadas com essa obra as regiões da Bela Vista, Consolação, Vila Buarque, Santa Ifigênia, República, Anhangabaú, Luz, Sé, Liberdade, Aclimação, Cambuci, Ipiranga e Sacomã. Nesses locais, a verticalização é grande e as tubulações coletoras existentes estão próximas do limite. O interceptor aliviará essas tubulações, atenderá à demanda futura e contribuirá para o aumento no índice de tratamento de esgotos de São Paulo.

As novas obras

Outros três interceptores de grande porte e uma série de coletores-tronco fazem parte do pacote autorizado nesta quinta-feira.

1. Um dos novos interceptores é o ITi-15, na região do Itaim Paulista, zona leste de São Paulo. Serão 5,4 km de tubos, incluindo o próprio interceptor, coletores-tronco ligados a ele e as interligações, além de três estações de bombeamento (elevatórias). O esgoto de 450 mil pessoas será levado por essa tubulação até o tratamento na estação São Miguel. Serão atendidos os bairros Cidade Kemel, Itaim Paulista, Jardim Camargo, Jardim das Oliveiras, Jardim Monte Belo, Jardim Nélia, Jardim Romano e Jardim Silva Teles, na capital; além da cidade de Itaquaquecetuba. As obras autorizadas nesta quinta-feira começam ainda neste ano.

2. Outro interceptor que será licitado é o ITi-16, com 6,3 km de tubulação principal, coletores-tronco e interligações, além de mais três unidades de bombeamento. O esgoto de 527 mil pessoas será bombeado para tratamento na estação de Suzano, beneficiando as cidades de Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Poá e a própria Suzano.

3. Na zona norte de São Paulo, os 6,5 km de coletores-tronco e interligações que serão licitados vão contribuir para a despoluição do córrego Cabuçu de Baixo, na região da avenida Inajar de Souza. Mais 329 mil pessoas serão atendidas nos bairros Brasilândia, Cachoeirinha, Casa Verde, Crimeia, Freguesia do Ó, Jardim Elisa Maria, Jardim Peri, Jardim Primavera, Jardim Recanto, Lauzane Paulista, Limão, Pedra Branca, Parque Tietê, Vila Amélia e Vila Dionísia. O esgoto coletado também será tratado na ETE Barueri.

4. Na região de Alphaville, em Barueri, serão licitados 5 km de interceptor, coletores-tronco e interligações, uma estação de bombeamento e 5,3 km de redes coletoras nos bairros, também permitindo o envio do efluente para tratamento na ETE Barueri. Serão beneficiados os bairros Aldeia, Alpha, Alpha 2, Conde II, Empresarial, Centro, Conjunto Habitacional Marco, Cruz Preta, Engenho Novo, Jardim Barueri, Jardim dos Camargos, Jardim Esperança, Jardim Morelato, Jardim Paraíso, Jardim Reginalice, Jardim São Luiz, Jardim Silvestre, Jardim Tupancy, Vila Barros, Vila Boa Vista, Vila Ceres e Vila Porto, num total de 124 mil pessoas.

5. Em Cotia, Osasco e na zona oeste de São Paulo, começa ainda neste ano a implantação de 1,4 km de coletor-tronco, 3,7 km de redes nos bairros e quatro unidades de bombeamento. No total, 94 mil moradores terão seus esgotos enviados para tratamento na ETE Cotia ou na estação de Barueri. As áreas atendidas incluem os bairros Jaguara, Jaraguá, Vila dos Remédios e Vila Leopoldina, na capital; Atalaia, Granja Viana, Morro Grande e Rio Cotia, em Cotia; e Jardim D’Ávila, Jardim Elvira, Jardim Marieta, Jardim Rochdale, Mutinga, Parque Industrial Mazzei e Presidente Altino, em Osasco.

Projeto Tietê

O pacote de obras autorizado faz parte do Projeto Tietê, o maior programa de saneamento do Brasil. Executado pela Sabesp, o projeto já investiu US$ 2,7 bilhões em coleta e tratamento de esgoto na Grande São Paulo, desde 1992. Nesse período, aumentou a coleta de esgoto de 70% para 87%, e o tratamento de 24% para 68%. Para ter uma ideia, isso significa que a companhia passou a tratar o esgoto de 8,5 milhões de pessoas – o equivalente a toda a população de Londres.

O Projeto Tietê tem resultados claros, com a redução significativa da mancha de poluição do rio – que diminuiu 393 quilômetros. No início das ações do Projeto Tietê, a mancha de poluição avançava em 530 quilômetros no rio, no trajeto de Mogi das Cruzes (na Grande São Paulo) até Barra Bonita, no interior. Em 2016, a mancha de poluição é de 137 quilômetros de extensão, de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, a Cabreúva, no interior, segundo monitoramento da ONG SOS Mata Atlântica. Isso significa que a mancha de poluição do rio Tietê recuou 74%.

Pacote de obras que vai ampliar o tratamento de esgoto na Capital e Grande São Paulo. Foto: Gilberto Marques/A2img

Para a despoluição do Tietê e dos demais rios da capital e Grande São Paulo, cabe à Sabesp coletar e tratar o esgoto nas cidades em que ela opera. É essencial, porém, que o esgoto dos municípios não atendidos também passe por tratamento; que as moradias irregulares sejam urbanizadas para permitir a instalação das tubulações de coleta; que a população não jogue lixo nas ruas e córregos; e que a varrição e coleta de lixo seja eficiente em todas as cidades.

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