Comunidade

Mulheres lideram desenvolvimento de vacina contra a dengue e combate ao mosquito em SP

A luta contra a dengue tem o protagonismo das mulheres. Seja nas ações de vigilância ou no desenvolvimento de vacinas, são elas que lideram o combate à doença. Nas mãos da bióloga Neuza Frazatti, está o comando dos estudos para o primeiro imunizante brasileiro contra a dengue. Ela se dedica ao projeto desde 2010 no Instituto Butantan e teve seu trabalho como cientista reconhecido internacionalmente.

Na outra ponta da luta contra o mosquito, mapeando resultados de testes de pessoas infectadas, a liderança é da diretora geral do Instituto Adolfo Lutz, Adriana Bugno. A equipe comandada por ela rastreia os casos de dengue no estado e joga luz para a ação precisa de enfrentamento da dengue.

O destaque do trabalho nas ruas é a cabo Suellen Araújo. Com seu olhar atento, ela realiza ações pela Defesa Civil em busca de focos do mosquito nas casas. O setor de pesquisas sobre a doença também tem o reforço feminino nos estudos da professora Maria Anice, focados em doenças tropicais na USP.

A vacina do Butantan

Antes de encabeçar o desenvolvimento da vacina contra a dengue, a doutora Neuza já era pioneira na área. O trabalho da bióloga com imunizantes tem o reconhecimento internacional. Em 2021, ela recebeu o prêmio Women in Life Sciences, da associação farmacêutica internacional Parenteral Drug Association. Ela também se destacou com os prêmios Péter Murányi – Saúde em 2010 e 2023, voltados para realizações inovadoras na área da ciência.

Além da vacina contra raiva, a tecnologia livre de proteína animal serviu também para o imunizante da dengue. A fase 3, que conta com testes em cerca de 17 mil voluntários, começou em 2016 e deve terminar neste ano. Após essa etapa, a vacina entra no processo de registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Nos laboratórios

Graduada em ciências farmacêuticas pela Universidade de São Paulo (USP), Adriana Bugno está à frente da diretoria geral do Instituto Adolfo Lutz desde 2021. A famacêutica coordena o trabalho das 12 unidades regionais que recebem amostras. Para Adriana, além do trabalho especializado, as mulheres oferecem um olhar mais cuidadoso na luta contra a dengue: “O engajamento da população nessa busca de criadores faz parte do combate. De fato, acho que não é uma questão sexista, mas esse cuidado está muito mais relacionado à mulher do que à população em geral.”

O combate ao mosquito

O monitoramento da dengue também é realizado fora dos laboratórios. Policial militar há sete anos, a cabo Suellen Araújo percorre os municípios do estado com maiores taxas de dengue. Sua missão é desmobilizar focos do mosquito e conscientizar a população. O acolhimento é diferente quando é uma mulher que vai visitar uma casa”, relata. Além disso, a cabo Suellen é pilota de drone. Com o equipamento, ela consegue mapear regiões de maior risco para a proliferação do mosquito e, assim, evitar novos casos da doença.

O problema da dengue

A professora Maria Anice, pesquisadora de doenças tropicais pela Universidade de São Paulo (USP), lembra que o tempo quente e úmido do Brasil é propício para o desenvolvimento do mosquito. Além disso, a falta de cuidado com focos de proliferação faz a dengue persistir no Brasil.

Por isso, a população deve se atentar para caixas d’água abertas ou mal tampadas, construções com irregularidades, bases de plantas, ralos, entre outros. Tudo para evitar a água parada. Até mesmo as bromélias podem ser um risco, por isso, devem ser lavadas eventualmente: “São muito empregadas em condomínios para fazer jardinagem, são ótimos hábitats para o Aedes aegypti (nome científico mosquito da dengue)”, diz a professora.

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