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Primavera inspira cuidados com os olhos

A bela estação não traz consigo somente o desabrochar das flores. Entre as doenças que se agravam, a conjuntivite merece atenção redobrada

Apesar de a primavera ser uma das estações mais agradáveis do ano, graças às temperaturas usualmente mais amenas e ao início das chuvas, o período se caracteriza pelo aumento dos casos de inflamação da conjuntiva, fazendo da famosa conjuntivite uma das campeãs das queixas nos prontos-socorros e hospitais.

A razão é simples: o processo de polinização das flores, típico desta época do ano, provoca uma reação exagerada do organismo em algumas pessoas, produzindo uma resposta alérgica ao pólen, na forma de inflamação da conjuntiva.

Segundo a Dra. Ticiana Fujii, oftalmologista do Hospital CEMA, esse é apenas um dos três tipos existentes da doença: “A conjuntivite pode ser causada por vírus, bactéria ou alergia. A mais comum é a do tipo viral, e ocorre mais no inverno ou no verão, quando o clima favorece as condições de propagação do vírus, seja porque as pessoas estão em ambientes úmidos e fechados, seja porque estão em piscinas, praia ou no clube”, explica a médica.

A conjuntivite viral requer mais cuidados, pois o nível de contágio é muito maior do que o da forma bacteriana ou da alérgica. Entretanto, embora seja transmitida por vírus, a contaminação não ocorre pelo ar: é preciso ter contato direto com a secreção produzida nos olhos da pessoa doente. Já a conjuntivite bacteriana é relativamente incomum. A fonte de infecção pode ser tanto por contato direto com alguém infectada, como por micro-organismos presentes na conjuntiva ou nas mucosas das vias respiratórias superiores do próprio paciente. A conjuntivite alérgica, por sua vez, não é contagiosa e geralmente está associada a quadros de rinite alérgica.

A evolução dos três tipos da doença também é diferente. De acordo com a médica do Hospital CEMA, a conjuntivite viral tem duração média de sete a quinze dias, podendo contaminar outras pessoas de quatro a dez dias antes de a doença tornar-se aparente. A conjuntivite bacteriana dura em média de uma a três semanas, mesmo com tratamento médico, e o período de contágio varia conforme o tipo de bactéria. A forma alérgica depende da condição do organismo do paciente para acabar e não é transmissível.

Os sintomas também são distintos. A conjuntivite bacteriana causa vermelhidão nos olhos, secreção mucopurulenta (ou seja, de cor amarelada), e pálpebras grudadas ao despertar pela manhã. A do tipo viral, além da vermelhidão, também apresenta lacrimejamento, sensação de corpo estranho, pálpebras inchadas, sensibilidade à luz (fotofobia) e secreção aquomucosa (ou seja, viscosa e de aparência esbranquiçada). Em se tratando da conjuntivite alérgica, os principais sintomas são coceira, sensação de queimação, inchaço nas pálpebras e lacrimejamento.

Prevenção é o melhor remédio

Em relação ao tratamento, a principal arma é a prevenção. Sobretudo nos casos transmitidos por vírus ou bactéria, as regras básicas para diminuir as chances de contágio são as mesmas, conforme enfatiza a Dra. Ticiana:

– Lavar sempre as mãos e o rosto

– Evitar coçar os olhos

– Evitar aglomerações e lugares fechados

– Lençóis, travesseiros e tolhas devem sempre ser de uso individual

– Nunca usar objetos de quem está com conjuntivite como copo, maquiagem, toalha, travesseiro

– Usar álcool gel para higienizar as mãos

Se a doença surgir, mesmo tomando todas as precauções, é fundamental evitar a automedicação e procurar imediatamente um oftalmologista. “Há vários diagnósticos diferentes para um conjunto de sintomas similares”, explica a médica. “Só com o exame do olho na lâmpada de fenda é possível distinguir a causa e propor um tratamento. A automedicação pode piorar a doença e levar a complicações mais severas, porque para cada tipo de processo inflamatório ou infeccioso há um tratamento específico que somente o oftalmologista poderá prescrever”.

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