O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, maior complexo hospitalar da América Latina, alerta para o perigo do uso de calçados inadequados por idosos.
O uso de chinelos, andar descalço ou com meias contribuem diretamente para as quedas em pessoas com idade mais avançada. Segundo o ortopedista do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HC Marcos Hideyo Sakaki, o idoso, naturalmente, tem pés com deformidades e isso o leva a usar calçados mais confortáveis, elevando a chance de cair.
Além do desgaste natural, pacientes que sofrem de doença de sensibilidade dos pés, por causa do diabetes, podem desenvolver úlceras nos pés, dependendo do tipo de sapato. Sakaki alerta que no Instituto de Ortopedia, mais de 50% das ulcerações nestes pacientes poderiam ser evitadas se usassem o calçado adequado preventivamente.
Segundo o especialista, calçados com salto maior que dois centímetros e com solados que não aderem ao solo – lisos –, não são recomendados. O uso de saltos aumenta duas vezes o risco de queda em relação ao tênis. Andar descalço ou com meias eleva em 11 vezes esta probabilidade.
Para prevenir ulcerações nos pés e quedas, o ideal é que o solado seja antiderrapante e rígido, de preferência com sola de borracha espessa. É preciso que tenha amarração ou velcro, caso o idoso não consiga amarrar cadarço. O salto deve ter recortes na sola (chanfrado) e a base deve ser larga. Quanto mais estreito o sapato, menor a estabilidade dos pés.
INTERNAÇÕES
Levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo aponta que, em média, três idosos são internados por hora em hospitais públicos do Estado de São Paulo vítima de quedas.
Em 2012 houve 27.817 internações de pessoas com 60 anos ou mais em serviços hospitalares do SUS (Sistema Único de Saúde), causadas por queda.
Do total, 60% das internações foram de mulheres com mais de 60 anos.