Depois de um período de estabilidade econômica, o brasileiro não está sabendo lidar com a recessão e o desemprego cada vez maiores. Dados recentes mostram que 40% da população hoje (cerca de 60 milhões de pessoas) estão inadimplentes, e a maioria dessas dívidas está concentrada em cartões de crédito e bancos. Especialistas explicam que mecanismos da mente nos fazem “ignorar” sinais de problemas financeiros.
Para o consultor financeiro Marcelo Pessôa, as pessoas se endividam porque são atraídas a viver um modelo de vida baseado nos padrões da sociedade. “Todo mundo quer ter sua casa própria, seu carro, comprar Por quê os brasileiros estão endividados? roupas, fazer viagens, etc. É natural desejarmos essas coisas e é muito bom tê-las, mas nem todos podem pagar por elas”, comenta.
Para a educadora financeira Cintia Sena, o motivo de grande parte das pessoas chegarem a esse nível de endividamento deve-se a falta de planejamento. Isto é, as pessoas não sabem o que realmente precisam comprar, quando, e nem se terão dinheiro suficiente para fazer essas aquisições. Cintia afirma que a questão do imediatismo, faz as pessoas adquirirem produtos e serviços por impulso. “Elas se esquecem de analisar sua real capacidade de comprometimento, agindo sem pensar, e, com isso, muitos se arrependem ao chegar em casa, ou quando chega a fatura do cartão”, afirma.
De acordo com a educadora, o hábito de fazer reservas, poupando parte do que se ganha, e assim formar saldo suficiente para honrar as dívidas contraídas está cada vez mais raro, devido à falta de educação financeira, que reverbera na maneira de lidar com as inúmeras formas de pagamento e condições especiais. Hoje, a grande confusão está em ver o dinheiro como objetivo ao invés de vê-lo como instrumento.
Um dos princípios da educação financeira sustentável é fazer com que as pessoas priorizem a satisfação ao invés do consumo. Viver bem não significa comprar mais um celular ou outro carro, e sim aproveitar a vida. O principal objetivo da educação financeira sustentável é proporcionar qualidade de vida, garantindo que tenhamos – hoje e no futuro – a segurança material e as condições para uma vida feliz, com realização pessoal e profissional.
Lembre-se que a dívida é só uma situação criada por nós mesmos. Não nascemos endividados, e qualquer um poderá ser sim, um grande investidor.
