Abrir uma empresa hoje no Brasil pode levar mais de 2.400 horas. Atualmente o país ocupa apenas a 91º posição no ranking da revista Forbes dos melhores lugares para se empreender no mundo.
A situação da capital paulista é melhor que a média nacional, de acordo com o último levantamento da Endeavor, entidade sem fins lucrativos de apoio ao empreendedorismo internacional. O título, no entanto, está longe de ser motivo de comemoração.
O empresário José Henrique Senna tem um sobrenome que remete à velocidade, mas ironicamente acabou enfrentando uma lentidão tão frustrante no caminho que foi obrigado a pisar no freio. Foram tantos entraves burocráticos que ele chegou a pensar em desistir. O caso de Senna foi apenas um dos muitos relatos semelhantes levados à Audiência Pública da Comissão Permanente de Constituição, Justiça e Legislação Participativa (CCJ).
A sessão teve o objetivo de discutir um Projeto de Lei que cria o Poupatempo Municipal do Empreendedor, que pretende justamente acabar com o martírio de milhares de empreendedores que esbarram todos os dias no moroso processo de abertura de empresas na capital paulista. A ideia é ambiciosa: reduzir drasticamente o prazo médio de 100 dias para 72 horas.